Montag, Juli 11

Esqueci de dizer que a foto aí de cima ilustra um dos vários conjuntos de bonecos (e casas, no caso) de papel espalhados pela cidade. Essa aí de cima é do Guliver - tinha ele do lado também, preso por cordas e pessoas pequeniníssimas em cima dele, mas essa foto ficou a mais bonita, então aí está (:

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José Luís Peixoto. Ele participou da primeira mesa da FLIP e me fez quebrar a promessa e comprar o primeiro livro (todo mundo sabe que promessa, depois de quebrada, é mais legal estragar tudo mesmo). Nenhum olhar é o nome do estupendo e viciante livro do qual ele falou na mesa e leu trechos absolutamente inacreditáveis. (Aliás, a frase aí debaixo foi inspirada em uma das inesquecíveis frases do livro.) E depois eu o encontrei na praça e falei (só depois de ter sido convencida pelo sempre-à-vontade Gui) pra ele trocar o Jô pelo MV Bill, que falava na tenda da Flipinha no mesmo horário. E ele foi. E depois o segui, quando ele foi dar entrevista no espaço americanas.com, pra ouvir de novo o que ele tinha pra dizer e, novamente, fiquei encantada. E chorei, quando ele leu um de seus poemas. Aí que eu descobri que ele lembrava o meu nome e me senti a segunda garota mais especial do mundo, ha. Comprem o livro, vai: Nenhum olhar. (E eu imagino que vocês estejam pensando que eu fui a stalker de Paraty, né, seguindo o José Luís Peixoto e o Marcelino Freire. Não sei o quanto disso eu posso negar, he, mas, vai, pelo menos não era o Felipe Dylon.) Vou copiar/colar um dos poemas (o que me fez chorar) aqui:

Na hora de pôr a mesa

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

@ 17:49